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Marcelo Ninio

No Oriente Médio

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Turquia, entre tambores de guerra e Alex de Souza

Por Marcelo Ninio
09/10/12 12:34

 

Erdogan recebe de Alex uma camisa do Fenerbahce com seu nome, em encontro no ano passado (Foto: Associated Press)

 

A Turquia ficou a um passo de entrar na guerra civil na Síria, sua artilharia bombardeia há uma semana alvos militares no país vizinho e o perigo de um confronto estremece a região.

Ainda assim, o premiê Recep Tayyip Erdogan achou tempo e telefonou para o jogador brasileiro Alex. O premiê ligou para pedir ao craque paranaense que volte atrás da decisão de deixar o Fenerbahce e a Turquia, depois de oito anos vestindo a camisa azul-amarela do time mais popular do país.

 Na manchete do jornal “Hurriyet”, Erdogan “implorou” a Alex que fique na Turquia, em mais uma demonstração do incrível prestígio conquistado pelo brasileiro. O premiê tem fama de durão, difícil imaginá-lo implorando qualquer coisa…

Se o desentendimento com o Fenerbahce não puder mesmo ser resolvido, sugeriu Erdogan, que o ex-jogador de Palmeiras e Cruzeiro vista a camisa do Kasımpasa, um time modesto de Istambul que, desde a fundação, em 1921, passou a maior parte de sua história na segunda divisão do futebol turco. Erdogan nunca escondeu a admiração por Alex, mas a proposta também revela uma paixão clubística: o premiê jogou no Kasimpasa quando era jovem e hoje o estádio do time tem seu nome.
 
Alex rejeitou educadamente a sugestão. Parece que está mesmo decidido a voltar para o Brasil. Mas o fato de Erdogan ter ligado para ele ilustra a comoção que tomou conta do futebol turco desde que Alex anunciou sua partida. Já falei aqui no blog sobre a enorme popularidade do futebol brasileiro no Oriente Médio, mas acho que nenhum nome é tão forte como o de Alex é na Turquia.

No ano passado Erdogan chegou a oferecer a cidadania turca a Alex, que recusou depois de ser aconselhado pelo consulado brasileiro em Istambul de que a legislação do Brasil não permite a dupla cidadania. O episódio criou uma saia justa para o chanceler Antonio Patriota, que por coincidência desembarcou em Istambul naquela época e foi bombardeado por perguntas de jornalistas locais, inconformados com o suposto veto brasileiro que impediu o craque de assumir a cidadania turca. 

“Alex de Souza”, como ele é conhecido no país, virou uma celebridade nacional como capitão e líder do Fenerbahce. Na semana passada, depois que o meia anunciou que sairia do time por desentendimentos com o treinador, centenas de torcedores foram a sua casa implorar, como fez Erdogan, que ele mudasse de idéia. Há menos de um mês, o clube inaugurou uma estátua do jogador em frente a seu estádio, no lado asiático de Istambul.

A trajetória do meia até virar lenda incluiu três conquistas do Campeonato Turco, duas Supercopas e uma Copa da Turquia. Segundo o site pessoal de Alex, “o camisa 10 é o segundo maior artilheiro do clube na liga nacional, com 136 gols em 242 partidas. No total, o brasileiro tem 184 gols em 374 jogos”.

Numa concorrida entrevista coletiva nesta segunda, transmitida ao vivo pela TV turca, Alex disse que nunca chorou tanto quanto na última semana e assumiu alguns erros que levaram ao rompimento com os “canários amarelos”, apelido do Fenerbahce. O maior deles foi exagerar no uso do Twitter, onde postou críticas ao treinador do time, Aykut Kocaman.

Alex sai, mas sua popularidade ficará gravada na lembrança dos torcedores e eternizada pela estátua em sua homenagem.

 

 

 

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Comentários

  1. Andre Rozenbaum comentou em 09/10/12 at 17:37

    Marcelo,

    Acho que essa noticia do Haaretz merece um belo de um post
    .
    Nao consigo visualizar os cenarios politicos e o que mudaria no knesset!
    Alguma ideia?
    .
    http://www.haaretz.com/news/national/netanyahu-announces-early-elections-1.468944

    • Marcelo Ninio comentou em 10/10/12 at 6:51

      André, escrevi sobre o antecipação das eleições para a versão impressa da Folha de hoje. De acordo com as pesquisas de opinião, Netanyahu sairá vencedor e poderá formar um novo governo, ampliando a bancada de seu partido, o Likud. A oposição está enfraquecida e fragmentada e não parece ser páreo, e é exatamente por isso que ele resolveu antecipar a eleição. Mas, claro, pode haver surpresas. Eleições são como guerras: sabemos como começam, mas não como terminam.

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