A era dos extremos no Egito
25/05/12 07:44CAIRO – Está pintando a repetição de um velho duelo na primeira eleição presidencial pós-revolução no Egito: militares versus Irmandade Muçulmana.
Se as pesquisas de boca de urna estiverem certas, os dois finalistas no segundo turno serão Ahmed Shafiq, o último premiê do ditador Hosni Mubarak, e Mohamed Mursi, do partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana. São os candidatos mais antagônicos desta polarizada eleição.
É o pior pesadelo para os jovens liberais que lideraram a revolução no ano passado, sonhando com uma renovação democrática e secular. E torna mais distante a estabilidade política de que a depauperada economia do país tanto precisa.
Acima de tudo, a possível vitória de Mursi e Shafiq mostra a força das duas estruturas políticas mais organizadas do país. A esta altura, o consenso formado nos dias de protestos da praça Tahrir parece estar enterrado num passado distante.
É bom lembrar que as ditaduras árabes
( agora derretendo )foram apoiadas pelas potêncas ocidentais.
Ao restringir as liberdades públicas confinaram a oposição no campo religioso.
Agora a resposta está chegando.
Torço para que as novas forças percebam e corrijam os males que o imperialismo ocidental lhes causou,assim como fez o Irã.
Bom para Israel!!!
Que vai ter de aturar mais um opositor, a Irmandade falou que o seu sonho é um califado árabe com a capital em Jerusalém Israel.
Só que esqueceram de combinar com Bibi.
Saíram de uma ditadura militar e cairão em outra, muito pior, religiosa.
Essa onda de insurgências que derrubou vários regimes estáveis (ou ditadura estáveis) teve uma origem, uma preparação, os US$ necessários, as armas e e muitos agentes a fomentar os descontentamentos. Agora (como se não fôsse já esperado ! ) devem escolher entre novas ditaduras: a Militar (através do antigo premiê de Mubarak ou a clerical Mulçulmana). O Irã, por exemplo aderiu à Clerical muçulmana, mas antes, assassinaram todos os chefes militares.
O fator religião é muito importante nesta eleição no Egito. Oxalá consigam a mesma estabilidade política como a do Irã.
O Egito viveu uma ditadura criminosa apoiada pelo ocidente, principalmente pelos EUA. O que os egípcios querem agora é se livrar desta gente. Se não fosse a intervenção internacional, Mubarak já tinha sido enforcado.
Marcelo, na época, só os idiotas da objetividade (como diria Nelson Rodrigues) é que não enxergavam o óbvio ululante. Derrubando Mubarak o Egito sairia da frigideira para o fogo. Sairia de uma ditadura civil para uma religiosa. Depois das intervenções estabanadas no Egito e na Líbia, os ocidentais perceberam o fato tanto que estão agindo diferentemente na Síria. E la nave va…
Aldo, é bom lembrar que são apenas pesquisas de boca de urna por enquanto. Tudo indica que Mursi, o candidato da Irmandade Muçulmana, tem um lugar garantido no segundo turno, mas contagem oficial está dando uma disputa acirrada pela outra vaga entre o Shafiq e o socialista Hamdin Sabahi. Faz muita diferença quem será o adversário de Mursi, porque com Sabahi há uma alternativa que nem é ligada aos militares nem aos islamistas. Vamos esperar os resultados finais.