Oposição de papel
13/05/12 14:21
Binyamin Netanyahu tem sido louvado como estrategista brilhante pelo surpreendente acordo costurado há poucos dias com o Kadima, até então o maior partido de oposição, que resultou na maior coalizão de governo já formada em Israel.
A verdade é que a supermaioria caiu no colo do premiê. A iniciativa partiu de Shaul Mofaz, líder do Kadima, apavorado com as pesquisas de opinião que previam o naufrágio de seu partido, caso as eleições fossem mesmo antecipadas para setembro. Sem chances de vitória, o general se rendeu ao inimigo para sobreviver politicamente.
Mofaz entregou de bandeja a maior bancada do Parlamento em troca de promessas vagas e sem ganhar sequer um ministério. Que premiê não aceitaria um presente desse?
Muito mais que uma suposta genialidade de “Bibi”, a coalizão escancarou a fragilidade da oposição em Israel e o deserto de idéias alternativas para chacoalhar o ceticismo do público e resolver os principais problemas do país, principalmente o conflito com os palestinos.
O assassinato de Yitzhak Rabin, em 1995, e a série de atentados terroristas palestinos, logo depois, decretaram a morte do processo de paz e empurraram Israel para a direita. A esquerda tornou-se irrelevante e, nos últimos anos, a impressão é que a única oposição digna do nome está reduzida não a um partido político, mas a um jornal, o excelente “Haaretz”.
Mas uma oposição de papel não é suficiente para equilibrar um jogo em que Netanyahu e seus aliados da direita tem vencido com facilidade. Sob a liderança da jornalista Sheli Yechimovich, o Partido Trabalhista tem agora um ano para chacoalhar a indiferença do eleitor de centro-esquerda e provar que pode voltar a ser um adversário ao Likud de Bibi, como nos tempos de Rabin.
Tá difício de o Avodá chacoalhar alguma coisa, hein? ta na hora de uma nova esqurda se organizar antes que o bibi e o lieberman acabem com este país.
*difícil
Muita boa explicacao Marcelo,e isto ai.
So faltou dizer que agora se espera o
que vai passar la nos Paises Arabes,
com guerras civis por todos os lados.
Dante Braghetto,dialogo??? ou Monologo??
Já está nahora de os governos de Isarael e da Paletina resolveram problemas não através das armas,mas sim através do diálogo. O povo é que sofre com isso.
Eu vivo em Israel, inclusive trabalho com palestinos num supermercado.
Posso afirmar, que a posicao deles é muito diferente do que a imprensa mundial relata.
O que empurrou Israel a direita sao as ameaças diarias do ” ausradieren ” (apagar com borracha ) ( hitler ).
Iran, Hezbollah, Hamas conseguiram, o que nenhum politico consegiu.
Terra por paz, nao, mas terra por terra e paz por paz pode e deve funcionar.
O palestino medio, ( maioria ) nao confia nas suas lideranças.
Tomas
Terra em troca de paz está claro que não funciona porque quanto mais terra se tem, mais se quer. Gaza é exemplo clássico disso pois ali terra acabou por ser trocada por agressão, e agressão cada vez mais violenta, daquela que requer resposta.
Vem cá, Marcelo, por gentileza: as preocupações do governo (e do povo) daí são tão constantemente focadas assim sobre os palestinos? Economia e outras coisas não trazem algumas nuvens negras de vez em quando? abs
Silvino, de fato, economia e justiça social são os assuntos que tem motivado a recente onda de protestos em Israel nas ruas, não o conflito com os palestinos. Isso reflete um sentimento geral entre os israelenses de que não há solução para o conflito, que começou com a segunda intifada (2000-2005) e perdura até hoje. Esse sentimento certamento foi motivado pelo terrorismo palestino daquela época e, depois, pelo controle do Hamas em Gaza e os foguetes disparados de lá até hoje. Mas também foi alimentado pelo discurso da liderança israelense de que não há parceiro entre os palestinos para um acordo de paz, o que recentemente foi contestado pelo ex-chefe do Shin Bet (serviço de segurança interno), Yuval Diskin, que conhece como poucos israelenses os palestinos. Justiça social certamente é um tema importante, mas nenhum outro tem um papel tão crucial para o futuro de Israel como Estado judeu e democrático como a ocupação dos territórios palestinos. O próprio Mofaz, que agora faz parte do governo, disse que a continuação do conflito é a maior ameaça a Israel, não o programa nuclear iraniano, como afirma Netanyahu. Israel nunca foi tão forte em seus 64 anos de história. A economia é vibrante e navega relativamente sem solavancos pela crise mundial; seu PIB per capita está perto dos níveis do mundo desenvolvido; o Exército é de longe o mais forte da região; o terrorismo palestino da década passada foi contido, em grande parte pelo muro construído na divisa com a Cisjordânia; o setor de tecnologia é um dos mais desenvolvidos do mundo, colocando Israel abaixo apenas dos EUA entre os países com maior número de empresas cotadas na Nasdaq, algo impressionante para um país de 8 milhões de habitantes. O status quo atual com os palestinos é insustentável, mas a maioria dos israelenses o aceita por falta de alternativa, apesar de ser favorável a um acordo de paz. Netanyahu é um mestre da sobrevivência política, mas não oferece uma visão de futuro. Na falta de um líder de oposição de peso, ele não sente nenhuma urgência em resolver esse dilema. Alguns analistas dizem que ele terá mais margem de manobra para isso agora, que tem a uma supermaioria no Parlamento e está menos vulnerável à pressão de aliados ultranacionalistas. É esperar para ver.
Talvez seja como no Brasil, onde problemas mil pululam aqui e ali ao mesmo tempo e requerem soluções de preferência rápidas. Entretanto, se a questão da carência na educação não for atacada com muito mais atenção do que a que vemos atualmente, nada, nenhum problema, grave ou leve, ganhará alteração de peso, pra valer.
Marcelo, o que voce exatamente propoe ?
A fim de “re-estabelecer” negociações com a Autoridade Palestinia acatar todas as exigencias impostas por Abbas – inclusive a libertação de todos os prisioneiros Palestinos.
Falta a liderança Israelense flexibilidade e um certo jogo de cintura,
mas me parece – pelo seu texto – que você se esquece que vivemos hoje uma nova realidade no Oriente Médio, onde o antigo Paradigma de “Terra por Paz” já foi desmontado.
Diskin, ou não Diskin !
A liderança Palestina continua dividida e nenhuma das duas tem legitimidade para negociar nada.
e
em relação a Autoridade Palestina
pode se dizer que seu atual , se não unico, objetivo é a sobrevivencia. Não acredito que seja possivel chegar-se a nenhum acordo nestas condições.
Os tempos são outros Marcelo, os vento que hoje sopram não sao mais os do velho Anti-Sionismo. Fala-se (novamente) abertamente mal do Judeus nos paises Arabes. O pinaculo sobre qual se sustenta um possivel acordo de paz com os Palestinos – Tratado de Camp David – esta em risco.
Unico consolo ? Foi Olmert não ter devolvido o Golan em troca um papel assinado pelo Assad Jr.
Abcs