A arte da revolução no Egito
16/04/12 20:25O Egito vai mal? A maioria dos 82 milhões de egípcios responderá positivamente.
Desde a revolta que derrubou o ditador Hosni Mubarak, a economia despencou, a insegurança deteriorou-se e a política mergulhou num turbilhão de incerteza. Uma junta de militares septuagenários se aboletou no poder, islamitas passaram a dominar o Parlamento e ex-caciques do antigo regime ensaiam um retorno.
Os jovens que deflagraram a mudança se perguntam: foi para isso que fizemos a revolução? Como em outras revoluções, quem destronou a velha ordem não tem força para criar a nova.
Dá para entender a frustração. Para quem nunca viu um futuro, há pressa em começa-lo quando ele aparece de surpresa. Mas há algo no ar que pouco mais de um ano atrás só existia em sonhos. Um vento de liberdade que por vezes insufla o caos, mas é um alívio quando comparado à asfixia das últimas décadas. Sobra mais oxigênio, mesmo sob as quantidades industriais de gás lacrimogêneo usado pela polícia para dispersar os protestos. Não é pouco.
Um exemplo dessa mudança de ares é a incrível explosão de arte de rua que tomou conta do Egito. Antes todo o espaço público era dominado pela ditadura, agora uma parte dele está coberto de opinião, cores e protesto. Muros se transformaram no símbolo mais evidente de que algo mudou. E ajudaram a soltar o grito de talentosos e incansáveis artistas.
Abaixo, alguns exemplos, reunidos pela página do Facebook “Revolution Graffiti – Street Art of the New Egypt”:
Que esses artistas populares aproveitem esse momento de abertura política. Saiu Mubarak e poderá vir a Irmandade Muçulmana se os militares não manipularem e “elegerem” Amr Moussa, um político moderado. Entre Mubarak e a Irmandade eu não ficaria com nenhum dos dois. Muito menos esses talentosos artistas que não devem sequer suspeitar o que estará por vir se a Irmandade assumir.
Como graduado em Filosofia, fico muito apreensivo com as tais “revoluções”. Países no Oriente Médio, na África, Ásia etc. com culturas que muitas vezes nos chocam, podem estar aculturando-se, ou melhor, entrando em uma situação de cultura globalizada imposta pelo ocidente. Claro que eu nunca serei favorável a atrocidades, mas quem sou eu para julgar tais coisas? Penso que cada país, cada cultura deva se analisar sem a interferência de uma cultura estrangeira. Isso hoje está muito complicado. A interferência que busca sanar falhas quanto aos direitos humanos, tem objetivos outros que não apenas o direito da pessoa humana. Mas como eu escrevi, quem sou para julgar tais coisas?
Marcelo,
Lindo post! Parabéns pela sensibilidade, fiquei encantada com o talento destes jovens artistas, demais! É através de arte que percebemos não haver diferenças entre os povos, afinal somos todos parecidos mesmo.
Só quem navega bem nos mares da ignorância não consegue se sensibilizar com isso.
Marcelo,ate ai esta tudo muito lindo.
Quero ver a hora que entrar a Irmandade
Muculmana no poder.Sabe o que vai acontecer com quem pichar qualquer parede? Vira Primavera Arabe com direito
a paredao e enforcado em praca publica.
esta e a democracia almejada por 80 milhoes
de analfabetos.