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Marcelo Ninio

No Oriente Médio

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De olho nos negócios, Brasil volta ao Iraque

Por Marcelo Ninio
01/03/12 06:05

ISTAMBUL – Um diplomata boa praça, ex-músico profissional e que dedicou seus últmos 15 anos de carreira ao Oriente Médio está prestes a encarar uma parada indigesta.

 Ánuar Nahes chega hoje a Bagdá como embaixador do Brasil no Iraque. Um posto que, na prática, estava vago desde a primeira Guerra do Golfo, em 1991. Oficialmente, o Brasil nunca fechou a embaixada, mas neste período de duas guerras ela foi administrada à distância. Agora, Nahes tem a incumbência de retomar as relações com um país que vive a transição entre a retirada das tropas americanas e um futuro incerto, enquanto ainda sofre violência sectária.

 Encontrei Nahes em Istambul, onde ele me falou sobre suas naturais preocupações com a segurança e a importância para o Brasil de ter um embaixador no segundo país mais importante do mundo árabe, depois do Egito. Um dia antes, uma explosão numa barreira militar havia estilhaçado as vidraças da nova embaixada.

 

Ánuar Nahes, novo embaixador do Brasil em Bagdá (FOTO: AGÊNCIA SENADO)

“Preocupação existe, mas você pode morrer atropelado atravessan­do a rua”, disse Nahes, com seu bom humor habitual.

Instalada num complexo de 2 mil metros quadrados fora da chamada Zona Verde, a área mais protegida de Bagdá e também mais visada pelos terroristas, a embaixada brasileira terá o aparato de segurança mais caro do Itamaraty, que ficará a cargo de soldados iraquianos e de uma empresa britânica especializada, Aegis.

Para Nahes, neto de sírios nascido no município paulista de Santa Adélia, que completa 60 anos em maio, as perspectivas de negócios milionários para empresas brasileiras em um país em reconstrução valem o custo e os riscos.

 “Um bom contrato já com­pensará todo o custo com se­gurança”, explica. Ele acresenta que, pela importância crescente do Brasil no cenário diplomático, não dá para ficar fora de um lugar “nevrálgico” para a política regional como Bagdá, onde já há quase 60 embaixadas estrangeiras. Até agora, a Venezuela era o único país latino-americano com representação diplomática no Iraque. 

 Verdade que a “parte do leão”, como Nahes chama os principais contratos, já foi abocanhada por empresas americanas. Mas o embaixador afirma que ainda há imensas possibilidades de lucro para os empresários brasileiros, principalmente no setor de construção e infraestrutura, além do alimentício.

 Muitas empresas brasileiras instaladas no golfo Persa, já demonstram interesse em investir no Iraque, mas traumas deixados por experiências amargas do passado sem dúvida as levarão a avaliar com cuidado o desafio. O principal problema, claro, é a segurança. Ainda está fresca na memória a tragédia do engenheiro João José de Vasconcellos Júnior, da construtora Odebrecht, morto em 2005 por terroristas perto da cidade de Baiji, a 180 km de Bagdá.

Além disso, ninguém esquece dos calotes dados por Saddam Hussein em empresas brasileiras. 

 Para Nahes, porém, o momento é outro e a tendência é que um Iraque pacificado tenha uma segurança jurídica que não tinha na época dos calotes. O momento escolhido para o retorno do embaixador brasileiro a Bagdá, três meses após a retirada americana, não é um acaso.

 “Claro, é calculado. Não iríamos apresentar credenciais num país ocupado”, diz o embaixador.

 

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Comentários

  1. Beto comentou em 02/03/12 at 18:17

    Que despreparado!
    As tropas americanas estavam lá porque existiu um acordo entre Iraque e Estados Unidos.
    O governo de agora é o mesmo governo eleito enquanto as tropas americanas estavam lá.
    Então, quem é esse embaixador para dizer que o governo do Iraque e seus atos são ilegítimos? Não passa de um esquerdopata! Um inepto que faz diplomacia com canelada.

  2. Michel Abdo Alaby comentou em 01/03/12 at 14:39

    Caro Embaixador Anuar,

    Boa Sorte e espero que tenha uma atuação em prol do Brasil
    Michel Alaby

  3. Gabriel Antunes comentou em 01/03/12 at 12:40

    Só uma correção Marcelo Ninio! O embaixador é nascido na cidade paulista de SANTA ADÉLIA e não Nova Adélia como foi informado. Um abraço a todos os santa adelienses !!

  4. Tomas Rotta comentou em 01/03/12 at 12:35

    Caro Marcelo,

    Escrevi um breve comentário sobre a sua notícia. O link é:

    http://marx21.com/2012/03/01/brasil-tambem-entra-no-jogo-mundial-da-acumulacao-por-despossessao/

    abraços,
    Tomas

  5. Mário Angelo comentou em 01/03/12 at 12:16

    Não podemos nos comparar à uma ditadura imperialista norte-americana. Que sejas bem vindo o embaixador do Iraque. Temos que somar e não dividir!!!

  6. Claytton L de Oliveira comentou em 01/03/12 at 10:31

    Seria muito mais caro encarregar nossos fuzileiros na segurança da embaixada? É que os sectários iraquianos odeiam ingleses.

  7. João Horácio Pereira comentou em 01/03/12 at 10:21

    Corrigindo, o município paulista chama-se Santa Adélia e não Nova Adélia. Parabéns ao novo embaixador, sucesso nessa nova e perigosa empreitada, estamos todos atentos e com pensamentos positivos para seu sucesso pessoal e para nosso paíz. Abraços e muita saúde!!

    • Marcelo Ninio comentou em 01/03/12 at 12:59

      Obrigado, João, já corrigi.

  8. Marco Antônio comentou em 01/03/12 at 10:11

    Esse embaixador tem um juizo muito pior do que o meu!

  9. Marco Antônio comentou em 01/03/12 at 10:09

    Esse cara é doido!!!

  10. Jorge Freitas comentou em 01/03/12 at 8:22

    O que vou dizer é óbvio, mas mesmo assim vou dizer: Isto só se tornou possível graças a intervenção americana, a qual o Brasil deveria ser grato ao invés de tanto criticá-la. A violência lá ainda é alta, mas já melhorou bastante, bem como foram criadas as bases para que o Iraque possa se desenvolver e se tornar uma nação livre. Nessa perspectiva, o Brasil deveria enxergar a Primavera Árabe e as resoluções da ONU como uma luz para o Oriente Médio e para o Mundo, e não utilizar de sua autêntica demagogia barata e conversinha fiada.

    • bento comentou em 19/03/12 at 8:19

      Idiota!!!

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