O que mantém Assad no poder?
16/02/12 13:34De fato, o tempo não parece estar do lado de Assad. Os relatos de bombardeios de áreas civis em Homs nos últimos dias acelerou a atividade diplomática. Até a tradicionalmente inócua Liga Árabe partiu para a ofensiva. As estimativas por baixo da ONU falam em 5.400 civis mortos pelas forças de segurança em onze meses de revolta contra a ditadura de Bashar Assad, além de atrocidades que incluem tortura e estupros.
Dennis Ross, que até pouco tempo era o principal assessor de Barack Obama para o Oriente Médio, fez um raciocínio lógico ao avaliar que Assad será deposto.
“O fato é que ele está usando essa incrível coação e não está funcionando. Um regime que depende da coação, quando a coação não funciona, cedo ou tarde desaparece”, disse ele em entrevista ao jornal israelense “Haaretz”.
Ou nas palavras dos rebeldes que encontrei na Síria (palavras repetidas também na Líbia, Egito, Tunísia…), “o medo acabou”. Fundamental, mas insuficiente.
Mesmo com a pressão crescente que vem sofrendo, e um isolamento como jamais viveu, o regime sírio ainda pode sobreviver por um bom tempo, e até (para horror de muitos), ficar no poder. Uma analista libanesa com contatos na alta cúpula política do país (cuja identidade mantenho em sigilo, para segurança dela) foi categórica em uma conversa que tivemos há poucos dias: “Pode escrever o que eu digo: Assad não cairá”.
É uma aposta que deve ser levada em conta tanto quanto a de Dennis Ross. E com a mesma cautela, já que previsões muitas vezes expressam o desejo de seus autores. Neste caso, Ross representa o interesse americano, que é o fim do regime Assad, mesmo receoso do que o substituirá. A analista libanesa teme uma perseguição às minorias caso Assad seja destronado, inclusive aos cristãos, como ela.
Desejos à parte, julgando apenas pelos fatos conhecidos, não é possível identificar sinais iminentes de que o regime esteja prestes a cair. Mas o que segura Assad no poder? Os principais fatores são:
1 – Resistência armada insuficiente: não há deserções em grande escala no Exército e nas demais forças de repressão. O chamado Exército Livre da Síria ainda é pequeno e possui apenas armas leves, incapazes de fazer frente ao poder de fogo de Assad. Por enquanto, é um Exército apenas no nome. Além disso, com o controle quase total do país ainda nas mãos do regime, falta aos desertores uma base de operação, como os rebeldes líbios conquistaram logo nos primeiros dias da revolução.
2 – Pilares do poder intactos: Assad não perdeu o apoio da elite política e econômica do país, mesmo com as sanções econômicas. Um golpe ou um assassinato cometido por alguém de seu círculo mais próximo não parecem estar no horizonte.
3 – Pressão externa sem dentes: por interesses econômicos e geopolíticos, Rússia e China bloqueiam uma escalada diplomática que poderia abrir caminho para uma ação como a que foi aprovada na ONU contra a Líbia. Os excessos cometidos na intervenção contra Gaddafi também mantém reticentes países como Brasil, Índia e África do Sul. Além disso, o Irã mantém ajuda logística e financeira que alivia os efeitos das sanções econômicas.
4 – Apoio interno: esta é a grande questão a que eu e todos os jornalistas que estiveram na Síria desde o início da revolta tentam responder. A conclusão, sem nenhum rigor científico, é que uma parte significativa da população ainda apóia Assad. Isso se dá por lealdade ou medo do que virá depois, sobretudo o domínio da Irmandade Muçulmana. Em recente viagem à Síria, o repórter Lorenzo Cremonesi, do jornal italiano “Corriere della Sera”, ouviu de analistas e jornalistas locais que a população está dividida quase meio a meio.
Por tudo isso, Assad pode ter mais tempo do que se supõe.
eu conheço a siria e o povo sirio ,a siria e um pais estrategico localizado no centro historico e conhecido com a grande siria berço da cevilização e o povo sirio ,e um povo amigavel e agradavel de ponto de vista social ,mas este povo um povo valente em defeza de seus direitos ,a siria e totalmente diferenta do egito e a cidade de homs nâo e cairo ,e o povo arabe da siria nâo e mesmo povo do egito ,e por fim as forças armadas dos dois paises e de uma mentalidade totalmente apostas ,o egito esta acostomado com revuloçôes pacificas etè o certo ponto ,exemplo a revuloçâo de 1952 liderada pelo ex presidente NASSER ,as forças armadas da siria desde de 1963e controladas pelo o partido politico Bahs partido de atual presidente Bacher el Assad que herdou de seu pai Hafez El Assad ,mantendo a siria e o povo sirio sobre total controle ,eu sou totalmente contra o que esta acontecendo na siria e em todo o mundo arabe ,e um mundo lindo ,mundo dos profetas e das profecias ,mundo da leteratura ,dos poetas ,mundo da musica ,mundo dos amantes da PAZ e da esperança ,DEUS salve a siria e todo o mundo arabe ,somente o povo sirio tem o direito de rosolver e decidir seu destino
Sinceramente, não me preocupo muito com o povo Sírio. Me preocupo com a segurança da região e principalmente com a segurança dos israelenses. Lembro-me do sofrimento de meu velho pai diante de um transglobe, ouvindo ansiosamente as notícias da guerra em 67. Sei como foi dura e sofrida a conquista das colinas de Golã. Os Sírios são árduos adversários, não merecem admiração, mas merecem respeito. Desejo apenas, qualquer que seja o resultado dessa guerra civil, que a estabilidade da região seja mantida.
Acho que estabilidade é boa quando serve ao povo e não apenas a grupos. Se não serve ao universo nacional, deve se abrir espaço à negociação e mudança. Na falta da negociação deve haver instabilidade sim, virada de mesa, quebra de tabus, copos e pratos quebrados e o que for necessário para que o povo tenha de volta o que é seu de direito. A Revolução Síria deve preocupar todo o Oriente Médio, mas muito mesmo o Estado de Israel. De um certo ponto de vista seria preferível o alauita “moderado” Bashar Al Assad que a polêmica Irmandade Muçulmana que radicalizaria contra o Estado Judaico e cairia nos braços (ou garras) do Irã, muito embora esteja o país Persa flertando com Al Assad nesse momento.
E como esta a situação dos brasileiros na Síria?
Ezter, há cerca de 3 mil cidadãos brasileiros na Síria. Segundo a nossa embaixada em Damasco, todos estão em segurança. Havia cerca de 600 vivendo em Homs, a cidade mais atingida pela violência, mas eles estão fora da linha de tiro. Duas crianças brasileiras que moravam numa área próxima ao local dos bombardeios mais pesados foram retiradas recentemente com a ajuda da embaixada e aguardam em Damasco a partida para o Brasil, com os pais. Um abraço e obrigado pelos parabéns.
CUMPRIMENTO DAS PROFECIAS BÍBLICAS.
As guerras vão aumentar, a fome vai aumentar, a apostasia vai aumentar, após o arrebatamento da Igreja (exclui-se as idólatras) do Senhor Jesus Cristo, haverá o governo mundial do anticristo. Moeda única e as pessoas receberão a marca da besta (chips).
Shalom.
Marcelo, ótima matéria. Parabéns! Eu estou com a analista libanesa. Al Assad não cai. Não com a Rússia, China e Irã à sua retaguarda. Depois, a triste expectativa de uma Irmandade Muçulmana no poder que, ao final das contas, cairia, irreversivelmente, nos braços dos aiatollahs, apavora até Israel que, a portas fechadas, deve estar acendendo velas pela permanência do ditador.
De fato, o que está ocorrendo no Oriente Médio é muito curioso, e talvez um dos fatos mais importantes da era contemporânea.
Ou seja, por muito tempo aquela região ficou tomada por ditaduras, o que não é de se espantar, pois durante a guerra fria o Oriente médio, além de ser uma região estratégica por sua posição geográfica, também possuía e possui uma vantagem que poderia por todo o mundo a seus pés, o petróleo. Essa fonte energética era e é a mais utilizada pelo mundo, assim quem a possuir terá todas as corporações a seus pés e consequentemente todos os países. Logo, as potencias mundiais incentivaram e forçaram ,de forma nem um pouco discreta, uma onda antidemocrática que persistiu até aquele bom cidadão tunisiano iniciar a onda que vemos derrubando ditaduras que duraram décadas.
Agora com essa pequena introdução posso responder a pergunta feita por você autor dessa notável reportagem. O governo Sírio custa a cai, pois a síria não interessa para o contexto mundial. Ou seja, a quantidade petróleo produzida em território Sírio não interessa como, por exemplo o do Iraque. E apesar dessa ser uma república contra a globalização mundial, sua influência está contida por Israel, portanto as potências da UE e os EUA, que poderiam fazer algo, não o fazem por que não interessa.
se gostaria de saber o motivo das ditaduras entre no meu blog http://padoks.blogspot.com/
O negócio é q deve ter muita gente no estrangeiro q precisa e conta c Assad no poder,pois foi assim c todos os ditadores q caíram pela força do povo e q contavam anteriormente c o beneplácito de Washington e outras capitais,até caírem nas mãos do povo!Q o diga o próprio Saddan Hussein,q até pouco tempo apertou as mãos de Donald Runsfeld,aquele “falcão” q detonou o Iraque pra ter os seus poços de petróleo e a segurança energética dos EUA…Mubarak tbm tinha apoio dos EUA até q Washington percebeu q o povo n seria esmagado como querem os ditadores…Parabéns ao povo árabe,pois muitos nunca acreditariam q a palavra democracia seria tão forte em países considerados “atrasados” pelo “Ocidente”…
VEJO QUE ESTA LUTA CONTRA O REGIME DA SÍRIA, NÃO É APENAS UMA LUTA CONTRA UM REGIME AUTORITÁRIO, É UM MONTE DE INTERESSE ($$$$), COM A DESCULPA QUE É UMA REVOLTA POPULAR, ESPERAÍ, PELA AFRICA, PELA ASÍA ESTA CHEIO DESTES REGIMES. APOIADOS PELOS MESMOS QUE ESTÃO A FRENTE DESTA EMPREITADA. E OS JORNALISTAS COM A “LIVRE LIBERDADE DE EXPRESSAO” QUASE TODOS APOIANDO. INTERESSANTE.